2. Solidão e desolação
Acordei com uma dor no corpo e com a pele ardendo. Ao meu lado havia uma cratera e perto dela um cadáver mutilado, que, com as orbitas vazias, fixava-me insistentemente. Sentei-me. Minhas roupas estavam chamuscadas, minhas pernas, queimadas. A pele, em algumas partes estava derretida e em outras, nem existia mais. Estava com sede. Precisava de água, pois estava desidratado. Minha boca estava seca e eu sentia um gosto estranho, e logo percebi: era sangue, mas não era meu.
Ao longe, o som da batalha retumbava na planície. Fiquei sentado ouvindo tudo por um longo tempo. De repente, no meio daquela batalha houve um clarão. Eu não sabia o que podia ser. Era tudo tão brilhante que eu não conseguia olhar. O som da batalha acabou. Mas logo depois um som ensurdecedor arremeteu-se contra mim. O chão começou a tremer, e o som, como o de milhares de tambores juntos, foi ficando mais alto.
Eu me encontrava no meio de um terremoto, com um clarão indistinguível se aproximando de mim. Instintivamente, comecei a correr. Ainda não tinha percebido, mas haviam aviões destruídos, soldados e civis que jaziam destroçados no campo. Fogueiras imensas cuspiam fumaça negra no céu. As fogueiras eram de corpos, pessoas que morreram na onda de ataques. Entrei numa floresta –ou o que sobrou dela- e tentei me agarrar em alguma coisa. O clarão já não era mais só um clarão e agora tomava forma: era um cogumelo atômico, impressionantemente lindo, se não estivesse prestes a me matar.
Eu não conseguia agarrar em nada, mas achei um buraco para me esconder. Logo que entrei nele, a onda de impacto da bomba me atingiu. Estava envolto em poeira e não conseguia mais ver o céu. as arvores eram arrancadas,como matinhos sendo ceifados, e eu era rebatido de um lado para o outro, enquanto a terra do buraco era levada assim como o mar puxa a areia. Eu sentia a terra ceder sob meus pés. O vento era muito forte e o ar começou a esquentar rapidamente. Uma pedra bateu em minha cabeça e eu só me senti sendo levado pela força do vento. Apaguei
O som do fogo estalando na madeira me trouxe à realidade. Não conseguia me mexer. A minha visão estava turva. Eu estava desorientado e não conseguia pensar em nada que fizesse sentido. Não conseguia resistir à tentação de desmaiar mais uma vez. Por fim, isso aconteceu.
Eu estava desmaiado, no meio de uma destruição total, caído em um córrego no qual a água estava negra por causa da fuligem. Provavelmente, nenhuma outra vida a quilômetros de distancia. Ninguém para me ajudar.
Ivan, estou adorando o seu livro, vc lembra né q eu ja tinha flado pra vc, mas é mt bom!! espero q consiga publicar, faria mt sucesso! Bjs!
ResponderExcluirVLW, sarah! obrigado pelo incentivo! não se esqueça de votar!!!
ResponderExcluirFAZ UM FAVOR: DIVULGUE ESSE BLOG!!!!