Apresentação

A ideia de criar um blog me perseguia a tempos. Foi só numa aula de redação que ocorreu o pontapé inicial. Uma proposta de criar um blog e escrever, valendo nota. Atualmente, não estou preocupado ou me importando com a nota. Gostei de bloggar, e farei isso com prazer!
Ivan Koelsch

Mural

Muito bem, gente...
depois de quase um século sem atualizar meu blog voltei com esse mural novo...
Meus foguetes ainda estão lá, firmes e fortes, mas "aposentados até as férias". Comecei a fazer algo bem diferente: Bombas de fumaça! Comprei o ingrediente principal no mercado livre (KNO3) e é bem legal. Minha mãe não me deixou fazer DENTRO de casa, então eu, muito engenhoso, cavei um buraco no chão, com tamanho o suficiente pra caber umas 4 telhas empilhadas. Então eu achei uns tijolos daqueles de churrasqueira, e coloquei-os em volta do buraco. Coloquei areia e umas pedras amarelas em volta. Recentemente eu passei cimento em volta pra não sair fumaça por todos os lados. Até que ficou bom. Achei uma chapa redonda de panela (que se põe embaixo da dita-cuja) e pus em cima do "forninho". Ali eu coloco lenha e faço a bomba!
comecei hoje (dia 31) a fazer pólvora! deu certo até agora...
Ivan

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Décimo segundo trecho


11. Procura
    Meus pais estavam na delegacia, olhando a lista dos desaparecidos,  procurando pelo meu nome. Na coluna “Status”, em alguns estava escrito “ENC” de encontrado, em outros ,“HPT”de hospital, e logo abaixo vinha o endereço. Já no meu, estava como em muitos:“DES”, de desaparecido. Meu pai resolveu olhar outra folha, afixada na parede, intitulada “RECONHECIMENTO”. Nela, haviam fotos dos encontrados, bem como uma coluna de status, preenchida com “ARC” de aguarda reconhecimento ou “REC” de reconhecido. Minha foto não estava naquela folha.
    Minha mãe chorou enquanto voltava para o carro. Meu pai tentou confortá-la, sem sucesso. Eles voltaram para sua própria casa, que ficava do outro lado da cidade e não tinha sido atingida. Todos os nossos parentes estavam lá. Com as casas destruídas, foi o único lugar para onde poderiam ter ido.
    Um silêncio mórbido dominava a sala de estar, e ninguém arriscava a dizer uma palavra. O silêncio foi cortado por batidas insistentes na porta. Meu pai atendeu. Era um policial, e segurava um papel. Eles se cumprimentaram e o policial disse que haviam encontrado um garoto que batia com a descrição que meu pai havia dado. Dizia ser eu. O policial disse que eu estava no hospital central, desacordado. As mãos do meu pai tremeram. O policial entregou ao meu pai um papel que continha uma foto, e perguntou se era eu mesmo. A foto era de um garoto magrela, encolhido, com o cabelo ensebado e as mãos queimadas. Na palma de uma das mãos uma pedra tinha se fundido com a pele derretida. O garoto estava entubado e respirava por ajuda de máquinas. Uma sonda administrava os nutrientes que ele precisava. Do garoto saíam dezenas de fios. Era preocupante. Sua perna estava engessada e seu pescoço, imobilizado. Em alguns dedos da mão mais queimada haviam riscos de canetinha, traçados. Os dedos estavam enegrescidos e seriam amputados dali a pouco. Ele estava com vários pontos no rosto, e os olhos estavam roxos. Meu pai gaguejou. Ele conseguiu dizer que este não era eu, e sim um colega meu, o J. Heming,  cuja família morava na casa em frente. Ele estava comigo no acampamento. Meu pai apontou para a casa deles e disse para o policial ir lá.
    O policial agradeceu e se dirigiu à casa dos Heming. Meu pai ficou parado na porta de casa, imaginando se eu não estava em estado igual.

Um comentário: