6. O puma gigante
Acordei com um farfalhar de folhas. Algo ou alguém estava me espreitando. Abri os olhos e vi um grande puma me rodeando. O cheiro do meu sangue devia tê-lo atraído. Comecei a procurar minha pistola. O animal sentiu meu pânico e começou a se aproximar. Eu não conseguia achar a arma, e o puma estava chegando cada vez mais perto. Quando o felino estava a um salto de distancia, achei a pistola e dei um tiro pra cima pra ver se afugentava o bicho. Houve uma revoada de pássaros, e o puma hesitou por alguns segundos, mas logo depois continuou a se aproximar. Arregalou os olhos cinzentos e começou a rosnar e parecia não ter sido intimidado com o barulho do tiro. Eu não queria matá-lo, mas parecia não ter escolha. Antes de qualquer coisa, atirei uma pedra em sua cabeça para ver se o assustava. Não funcionou. Ele só ficou mais nervoso e seus músculos se retesaram, preparando para saltar. Saltou. Quando ele estava a alguns centímetros de mim eu atirei com a pistola. Acertei o bicho em cheio no peito. Ele emitiu um silvo macabro. Cambaleante, ele me encarava, tomando fôlego. Depois disso, ele entrou na mata. Mancando e ganindo, deixou um rastro de sangue na mata. Esse não iria viver por mais tempo.
Já era de manhã, e o sol atravessava as fendas no denso manto de folhas das copas das árvores. O aroma matinal da terra molhada, e o frescor da manhã purificavam minhas narinas. Respirei fundo. O ar limpo renovou minhas energias. Minhas queimaduras já davam sinais de melhora, mas ainda ardiam muito, com a formação de cascas por cima. Fiz o desjejum comendo alguns pepinos e bebendo um pouco de água. Após terminar, entrei na mata seguindo meu caminho.
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