Apresentação

A ideia de criar um blog me perseguia a tempos. Foi só numa aula de redação que ocorreu o pontapé inicial. Uma proposta de criar um blog e escrever, valendo nota. Atualmente, não estou preocupado ou me importando com a nota. Gostei de bloggar, e farei isso com prazer!
Ivan Koelsch

Mural

Muito bem, gente...
depois de quase um século sem atualizar meu blog voltei com esse mural novo...
Meus foguetes ainda estão lá, firmes e fortes, mas "aposentados até as férias". Comecei a fazer algo bem diferente: Bombas de fumaça! Comprei o ingrediente principal no mercado livre (KNO3) e é bem legal. Minha mãe não me deixou fazer DENTRO de casa, então eu, muito engenhoso, cavei um buraco no chão, com tamanho o suficiente pra caber umas 4 telhas empilhadas. Então eu achei uns tijolos daqueles de churrasqueira, e coloquei-os em volta do buraco. Coloquei areia e umas pedras amarelas em volta. Recentemente eu passei cimento em volta pra não sair fumaça por todos os lados. Até que ficou bom. Achei uma chapa redonda de panela (que se põe embaixo da dita-cuja) e pus em cima do "forninho". Ali eu coloco lenha e faço a bomba!
comecei hoje (dia 31) a fazer pólvora! deu certo até agora...
Ivan

terça-feira, 5 de abril de 2011

Quarto trecho


3. Início da jornada
      Tentava me levantar. Enfim consegui. Depois de passar uma manhã inteira tentando, finalmente conseguira. Mas, eu não agüentaria dar mais nenhum passo. Meus músculos estremeciam à menor menção de movimento. A sensação era de que a morte me rondava, e isso só aumentava a fadiga. A cor do rio já estava voltando ao normal e eu, fazendo uma concha com as mãos, peguei água e bebi várias vezes. A água estava amarga. Às vezes sentia a fuligem roçando minha garganta. Sentei-me na borda do córrego. Ainda não sabia para qual direção deveria andar. Lembrei-me das montanhas, que se erguiam imponentes além do horizonte. Nelas ficavam pequenos vilarejos, e em um deles, como minha avó costumava contar, moravam alguns parentes nossos. Eram pastores de cabras que abasteciam de leite a região. Para minha sorte, esse vilarejo ficava no sopé da montanha, assim não teria que subi-la. Mas eu ainda não sabia que direção tomar. Só o que eu sabia era que as montanhas ficavam muito distantes dali, e eu não sabia em que direção ficava.
      Então, como um estalo, uma idéia me surgiu na cabeça: eu seguiria o córrego em que eu estava até sua nascente, que provavelmente era nas montanhas e seguiria também o sol nascente, que apontava mais ou menos para a mesma direção. Eu pensara nisso pois minha avó dizia que o sol nascia lá sempre primeiro, e eu sabia que normalmente os córregos vem de montanhas, e como esse era gelado, só servia para aumentar a certeza.
      Comecei a andar. Seria uma jornada árdua. Eu nunca nem me imaginara fazendo uma caminhada tão longa. As montanhas se encontravam infinitamente longe, e eu, no estado em que estava, demoraria séculos para chegar até elas. Com certeza ninguém me acharia por aqui, pois não devia ter sobrado ninguém depois da bomba.
      Meus pés ardiam a cada passo, resultado da corrida que eu fizera ontem para fugir da bomba. E isso havia arrancado o resto de pele que eu tinha nos pés. Parei para olhá-los: estavam na carne-viva. Soltei um suspiro de angustia quando vi o estado dos meus pés. Em algumas partes o tecido estava necrosando. Eu sabia que não podia continuar com aquilo por muito tempo, senão a necrose se espalharia pelo meu corpo.
      Fui seguindo o rio, andar doía e esgotava minhas ultimas reservas de energia. Já passava do meio dia e o sol estava no seu ápice. O calor vinha aumentando nas ultimas horas. O lugar quase virara um deserto, pois era só terra, areia e um pouco de vegetação aqui e ali, com algumas arvores retorcidas espalhadas pelo campo. Tudo isso era cortado por um córrego que, solitário, tentava dar vida ao local.

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