14. Assassino
O sargento grunia ordens para mim e para seus subordinados. Marchávamos por entre a floresta, procurando o responsável pela morte de dois oficiais. Éramos uma tropa de quatorze soldados, liderados pelo sargento Schurman. Passamos por uma árvore e eu senti algo estranho, mas ignorei. Meus companheiros , amigos dos soldados mortos, resmungavam palavrões em referência ao assassino, que deveria estar por aí, assustado. No dia anterior, eu havia tentado acalmar meus companheiros para que não matassem um garoto ou sei lá quem que passou perto do nosso esconderijo.
Mas eles não me ouviram, principalmente um soldado Ray, que estava à minha direita. Começava o tiroteio. Este foi o primeiro, o Ray. Na onda de pânico que se seguiu ao primeiro tiro, um outro descarregou o pente de sua metralhadora em direção do vulto, que corria feito uma lebre. Quem quer que fosse, simplesmente sumiu.
Muito à frente, vi um vulto despencar de uma árvore e cair num arbusto. Mas àquela distância, não dava pra ter certeza do que acabara de ver. Fiquei tenso. Dali um tempo, passamos aonde eu havia visto o vulto, mas não notei nada de estranho. Distraído, olhei para o chão e distingui do solo a cor de uma granada. “BOMBA!” foi o que consegui gritar. Num jorro de adrenalina, dei uma arrancada impressionante, mas que não foi o suficiente para evitar a explosão. Ouvi gritos de dor antes de meu ouvido estourar e eu passar a ouvir zumbidos. Depois que a poeira assentou, olhei para os lados. Eu estava deitado tonto, e ninguém mais reagia. Eu só via olhares vagos e sangue. Lutei pela vida, e quase desisti. Um menino surgiu do nada, e ao olhar para ele apaguei, mas soube que aquele menino era o assassino. Uma outra tropa passaria por ali e me encontraria, com sorte, vivo.
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