16. Alguém me segue
Iniciei a travessia da planície a passos largos, confiante e com um esboço de sorriso estampando meu rosto. Os quilômetros estendiam-se longamente e eu queria cobrir a maior distância possível naquele dia. Era um trajeto longo. Quarenta e seis quilômetros até o deserto Nolf e mais trinta e dois até a cordilheira. A parte boa disso tudo é que aonde eu estava a distância da floresta até a cordilheira era a menor. Em alguns lugares a sul e a leste a distância chegava a mais de quatrocentos quilômetros, além de, no deserto, ter o terreno extremamente acidentado.
As horas esvaiam-se enquanto eu caminhava. Nos últimos minutos eu vinha tendo a sensação de que algo ou alguém me seguia, então passei a ter mais cautela. Minha mão passou a ter repouso na empunhadura da minha arma. Descendo um barranco muito íngreme, um pouco arenoso, escorreguei e caí. Fui rolando com violência até a base dele e, muito tonto, distingui uma sombra no chão ao lado do barranco, mas não vi de quem era a sombra. Seja quem fosse, estava parado, me observando.olhei para todos os lados: campo aberto, nenhum lugar pra se esconder.
Saquei a pistola e destravei. Pronto para atirar. Meu coração pulsava vigorosamente. Gritei bem alto:
-Quem tá ai? Eu tô armado, e vou atirar!
Passei a andar vagarosamente em direção da sombra, mas esta não esboçou reação. Gritei de novo:
-Apareça e venha aqui! Solte qualquer arma e venha, senão eu atiro!
A sombra titubeou e soltou algo no chão. Ela começou a se mover na minha direção, mas eu ainda não via quem era pois esta estava atrás de uma rocha. A essa hora eu estava com o coração na boca. Então, finalmente vi quem era.
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